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15 de set. de 2011

Como funciona a guerra dos hackers?

(15/09/2011)

Está em curso uma guerra digital sem precedentes. No intervalo de pouco mais de dois meses, dezenas de sites de governos e grandes empresas em todo o mundo tiveram dados sigilosos roubados ou foram tirados do ar pela ação de grupos de hackers que se proclamam paladinos cibernéticos na luta contra a corrupção e pela liberdade de informação. Na lista dos sites atacados figuram entidades como o FMI, a CIA e o Senado americano, além de corporações como Sony, Nintendo, Visa e Mastercard. No Brasil, os alvos principais foram sites do governo federal, como Presidência, Receita Federal, IBGE, Petrobras e Exército. Diferentes grupos de hackers reivindicam os ataques e, em alguns casos, declaram terse apossado de informações sigilosas.

Como os alvos dessas investidas são sempre empresas e governos, você deve estar pensando: “E eu com isso?” Acredite, essa guerra já chegou bem perto de todos nós, usuários de internet. Seu computador pode estar sendo usado, agora, para fazer um desses ciberataques. E você, sem saber, entra no conflito. Isso acontece porque para ter um imenso poder de fogo, capaz de levar à lona sites muito grandes, os responsáveis pelos ataques precisam arrebanhar milhares de atiradores e seu micro pode estar entre esses soldados, comandados a distância pelos hackers. Ao mesmo tempo, seu micro está sujeito à invasão de vírus e outras pragas digitais. Todos os dias, na surdina, novos programas maliciosos são colocados na rua. Segundo a empresa de segurança Symantec, somente em 2010 foram identificados 286 milhões de aplicativos perniciosos inéditos, com a maior parte deles voltada para a prática de crimes financeiros, como o roubo de contas bancárias e cartões de crédito. Portanto, mesmo sem querer, você está no meio dessa guerra.
Ataques a sites de empresas não são exatamente uma novidade. Novos são os motivos políticos, reais ou alegados, para sua realização. Toda essa grande onda começou no ano passado, após a prisão do jornalista e ciberativista australiano Julian Assange, do site Wikileaks, que havia publicado, com grande repercussão, documentos secretos de vários governos. A prisão resultou de acusações de estupro feitas na Suécia, mas Assange diz que se trata de um golpe em represália à sua atividade. As contas do Wikileaks foram bloqueadas no PayPal, Visa e Mastercard. Com isso, a organização sofreu um baque em suas finanças, uma vez que não pode mais receber doações por aqueles canais. O grupo Anonymous tomou as dores do Wikileaks e passou a atacar, em dezembro do ano passado, os sites das entidades financeiras como uma forma de protesto e apoio a Assange.
Uma das primeiras aparições públicas do Anonymous se deu em 2008, quando o grupo resolveu implicar com os adeptos da Cientologia, religião que se tornou conhecida pela adesão de celebridades como os atores Tom Cruise e Jennifer Lopez. As intenções do grupo não iam além da trollagem, neologismo associado aos trolls, internautas que se ocupam de provocar e estimular o confronto apenas para ver o circo pegar fogo.

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